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sábado, 10 de dezembro de 2011

O M3 Lee

Base histórica:

No início da Segunda Guerra Mundial, o arsenal blindado dos EUA constituía-se principalmente de carros de combate leves M2, dotados de canhões de 37 mm e carros de combate médios também chamados de M2, com o mesmo canhão.

 Foto: Um M2 (médio) no Campo de Provas de Aberdeen
Fonte: www.wikipedia.org













Os combates ocorridos na Europa mostravam que o carro médio M2 era insuficientemente armado e blindado para enfrentar os blindados alemães como o Pzkpfw III e o Pzkpfw IV.
Os americanos iniciaram então o desenvolvimento de carros de combate médios armados com canhões de 75 mm que pudessem disparar munições perfurantes ou de alto-explosivo, montados em torres com giro de 360 graus. Este carro seria no futuro o M4 Sherman.
Neste interim, havia uma premência da fabricação de um carro dotado de um canhão de 75 mm que pudesse suprir a grande demanda de carros de combate que se vislumbrava na Europa. Foi então proposta a modificação dos M2 médios de forma que recebessem o canhão de 75 mm em seu casco, com giro limitado, pois ainda não havia uma torre compatível com este. Era uma solução à semelhança do Char B francês e do primeiro modelo do Churchill inglês. Foi previsto também o aumento de sua blindagem.
Este novo carro de combate foi designado M3 Lee e além do canhào de 75 mm montado do lado direito do casco (o que lhe conferia um um aspecto característico de assimetria do casco), com giro limitado, possuia uma torre dotada de um canhào de 37 mm, com giro completo, montada excenticamente sobre o casco à esquerda e sobre esta uma pequena torreta para o comandante com uma metralhadora .30. Sua tripulação era composta por 6 homens.



Foto: Um M3A2, com seu casco soldado
Fonte: www.panzertaktik.de















Como o M2, o M3 Lee apresentava uma silhueta alta, o que lhe era desvantajoso. Outra desvantagem era o giro reduzido do canhão de 75 mm. Em algumas versões foi usado um canhão mais curto (algumas vezes com um contra-peso em sua boca) o que lhe diminuia a pressão e a efetividade como arma anti-carro. A adoção de um canhão mais longo solucionou este problema. Seu casco originalmente era rebitado o que causava vários problemas, da resistência à danos até ao aumento de seu peso. O motor usado era um motor radial para aviões Wright R975 EC2 de 9 cilindros, refrigerado à ar.


 Foto: A traseira de um M3 sem sua cúpola. Note-se que a placa traseira é alta e existem duas portas de acesso ao motor.
Fonte: www.wikipedia.org














Ao longo da guerra foram desenvolvidas outras versões tentando corrigir problemas e efetuando melhorias. Surgiram versões subsequentes como o M3A1 cujo casco era totalmente moldado e arredondado.
O  M3A2 com o casco original , mas soldado ao invés de rebitado.
O M3A3 que era dotado de dois motores diesel General Motors o que modificou sua traseira eliminando as portas de acesso ao motor e aumentando a placa traseira para abaixo das lagartas, sua principal diferença em relação ao modelo M3A2.
O M3A4 que era uma versão extendida do M3 original.
O M3A5 com a mesma descrição do M3A3 porém com casco rebitado.
Outras versões dignas de nota são o M31, um blindado de socorro e o CDL (canal defense light) montado pelos ingleses a partir do casco do M3.
O M3 Lee entrou em combate inicialmente com os países aliados que o receberam pelo "Lend-lease act", em especial União Soviética, Inglaterra e Austrália.
Cabe aqui uma referência sobre o seu uso pelos ingleses. Já combatendo contra os alemães desde 1939, os ingleses pediram uma série de alterações na construção do M3 para seu uso no deserto, o resultado foi um carro bastante diferente usado apenas pela Inglaterra e integrantes da Commonwealth que foi denominado Grant. Porém a necessidade de blindados era tamanha que os ingleses também receberam o M3 Lee.
A primeira operação de que os M3 participaram foi na batalha de Gazala, em maio de 1942, onde provaram seu valor em combate, sendo superiores a todos os carros alemães e italianos exceto ao Pzkpfw IV armado com canhão longo. Os canhões anti-carro alemães antes relativamente imunes aos carros de combate ingleses, também passaram a estar em perigo devido as munições de alto-explosivo que  o canhão de 75 mm podia disparar.
Uma modificação de campo interessante foi a colocação de tela sobre o compartimento do motor para evitar a colocação de cargas magnéticas, usada no extremo orinete, como na Birmânia.
Apesar de um carro interino, o Lee combateu até 1944, nos teatros da Europa oriental, Africa, Pacífico e Extremo Oriente. A primeira destruição de um carro inimigo por soldados americanos foi feita por um Lee nas Filipinas.


No Brasil:
Como os demais países durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil recebeu conforme o Lend-lease act 104  Lees dos modelos M3A3 e M3A5 (Bastos). Um exemplo destes carros é o M3A3 dotado de contra-peso em seu canhão, que se encontra em frente ao 13o RCMec (antigo 2o RCC) em Pirassununga, São Paulo.
Cabe aqui uma ressalva de nomenclatura. O M3A5 era conhecido pelos ingleses como Grant II, mas essencialmente um Lee, portanto a referência de que o Exercito Brasileiro tenha usado Grants não é de todo correta.

Modelo:
O modelo usado é o antigo modelo de Lee da Tamiya. Apesar de denominado mk I, o modelo corresponde a um M3A5, devido a sua traseira com placa longa e a ausência das portas de acesso ao motor.
A pintura foi feita com o Olive brab da Tamiya (XF-62 )

Foto: O modelo já pintado, com alguns detalhes de wheathering aplicados.












 Foto: A placa traseir alongada do M3A5, nota-se a ausência das portas de acesso ao motor, conforme descrito.















Obras consultadas:
Ellis, Chris. The great tanks. London. Hamlyn. 1975.
Bastos, Expedito Carlos Stephani. Blindados no Brasil. São Paullo. Taller. 2011.
Foss, Christopher E. The illustrated encyclopedia of world's tanks and fighting vehicles. London. Salamander books.  1977.
Mesko, Jim. M3 Lee/Grant in action. Carrollton. Squadron/Signal. 1995.
www.wikipedia.org/wiki/M3_Lee