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domingo, 15 de setembro de 2013

Os Tigres em Rastenburg

Introdução:
Este momento ocorrido durante a 2a guerra mundial criou um imenso campo para modelistas a partir dos dois protótipos avaliados. Nesta postagem procuramos, além da história, mostrar os modelos possíveis de se construir a partir desta concorrência e prepara terreno para os demais daí originados.

Base histórica:

Em 1941 os alemães começaram a enfrentar problemas com seus carros de combate, eles já se encotravam obsoletos, não sendo páreo para os T-34 e KV-1 soviéticos. era clara a necessidade da melhoria de seus blindados ou sua substiuição por modelos mais adequados. O projeto para a construção do novo carro foi denominado VK-4501 e mudava a doutrina vigente de forma radical, com ênfase no poder de fogo e proteção blindada sacrificando-se a mobilidade tática.
A ordem do projeto é datada de 26 de maio de 1941 e trazia um grande problema às duas firmas concorrentes, a Henschel & Sohn de Kassel e a Porsche, os protótipos deveriam ser apresentados a Hitler por ocasião de seu aniversário em 20 de abril de 1942 em Rastenburg na Prússia Oriental.
Ambos os projetos montariam um canhão de 88 mm. em uma torre produzida pela Krupp com pequenas diferenças para se adequar aos cascos mas suas semelhanças terminavam por aí.
A Henschel vinha trabalhando em um projeto de um carro pesado (VK-3601) e o utilizou como base do novo projeto. Este tinha o aspecto usual dos carros alemães, placas de aço soldadas com a forma de uma caixa (angulosas), a torre aproximadamente no meio do casco, suspensão com barras de torção e rodas apresentando um "interleeve", movido por um motor convencional Maybach.
A Porsche por sua vez usou uma abordagem bastante diferente embora as placas de aço fossem soldadas de forma angulosa conferindo o formato de caixa, o casco era mais alongado e a torre ficava mais a frente como no T-34. A suspensão desenvolvida para o veículo era totalmente diferente das usadas até então e sua motorização, híbrida, onde dois motores à gasolina alimentavam dois motores elétricos que moviam o carro.
O curto prazo teve seus efeitos sobre os protótipos, nenhum deles foi adequadamente testado e melhorado. Segundo Culver o protótipo Henschel ficou pronto apenas 40 minutos antes do seu embarque em trem para a Prússia Oriental em 17 de abril de 1942.












Os protótipos foram desembarcados em uma estação há 11 km de Rastenburg, em 19 de abril, ambos por guindaste. O protótipo Porsche imediatamente afundou no solo. Conta-se que Kurt Arnold, projetista da Henschel, teria oferecido ao Dr. Porsche o uso do protótipo Henschel para rebocar o carro atolado, o que foi prontamente recusado (Culver).

Após a apresentação dos protótipos a Hitler seguiu-se uma avaliação dos dois modelos e embora o protótipo Porsche apresentasse algumas características superiores em desempenho em relação ao da Henschel, características negativas inviabilizaram sua escolha. Cito a dependência de cobre para a fabricação dos motores elétricos e o fato que a perda de apenas uma roda de apoio imobilizava o tanque ao contrário do Henschel.

O doutor Ferdinand Porsche estava tão certo da escolha de seu protótipo que já havia mandado fabricar 100 chassis. Com a escolha do modelo Henschel estes chassis foram em grande parte adaptados para a função de caça-tanques surgindo o Ferdinand e seu aprimoramento o Elefant. O Ferdinand foi usado pela primeira vez na batalha de Kursk.



Foto: A linha de montagem do VK4501(P).
Fonte: The armor journal.
















O Tigre Porsche acabou relegado a missões de treinamento e apenas um exemplar foi usado em combate, no schwere Heeres Panzerjager Abteilung 653, como carro de comando do Hauptmann Grillenberg. Seu número de torre era 003 sendo usado no front oriental em 1944.



Foto: Um VK4501(P) em ação.

Fonte: The armor journal.











Foto: O VK 4501(P) de no. 003 do Hauptmann Grillenberg. Schwere Heeres Panzerjager Abteilung 653











Modelo:

O modelo utilizado é o da Italeri e foi montado para representar o VK 4501(P) em Rastenburg. Portanto algumas peças não foram utilizadas como a caixa na traseira da torre.
Embora as fotos do veículo em Rastenburg não mostrem a presença de ferramentas e outros  itens no casco, optei por colocá-los para que o modelo não ficasse muito "sem graça" (digamos que seja uma inconsistência histórica, mas fica esteticamente melhor).
A pintura foi feita com German grey da  Tamiya (XF-63 ) sólida.

 Foto: Uma primeira foto do modelo com a pintura em German grey sólida.











Obras consultadas:
Carruthers, Bob. Tiger I in combat.Henley in Arden, Coda books. 2011.
Culver, Bruce. Tiger in action. Carollton. Squadron/Signal. 1985.
Green, Michael.Tiger tanks at war. St. Paul, Zenith press. 2008.
Gudmundson, Bruce I. On armor. London. Praeger. 2004.
Scheibert, Horst. The Tiger family. West Chester. Schiffer Publishing. 1989.
www.wehrmacht-history.com