Embora muitas nações reivindiquem a criação do tanque foram os ingleses sem dúvida alguma que o colocaram no campo de batalha, seguido por franceses e alemães.
Logo surgiram as téticas relacionadas a seu uso e dois conceitos que dominariam o desenho inglês por quase 3 décadas. O tanque de infantaria (infantry tank) e o tanque cruzador (cruiser tank).
O tanque de infantaria era um veículo pesado com grande blindagem destinado a dar apoio aproximado a infantaria o que os tornava mais lentos. O exemplo deste tipo de tanque é o Matilda II.
Foto: O Matilda II no deserto.
Já no cruzador a ênfase estava na sua velocidade o que exigia uma blindagem mais fina. Estes tanques operavam em unidades independentes. O exemplo deste tanque é o Crusader.
Foto: O Crusader no deserto ocidental.
Base histórica:
O Crusader foi desenvolvido como um cruzador pesado para suceder o Covenanter, um desenho que precedia o início da segunda guerra e era totalmente inadequado para o combate, devido a incapacidade de ser aumentada sua blindagem e poder de fogo, o que aumentaria seu peso e prejudicaria a a suspensão. Os Covenanters continuaram sendo produzidos após o advento do Crusader, mas foram relegados ao papel de treinamento.
Foto: O Covenanter. Note-se as 4 rodas de apoio no lugar das 5 do Crusader e o deck traseiro curto.
O Crusader foi construído por um consórcio liderado pela Nuffield Mechanisation Ltd. O desenho lembrava o do Covenanter (inclusive usando a mesma torre) porém com mais uma roda de apoio e um deck traseiro maior que acomodava um motor Nuffield Liberty de 12 cilindro à gasolina, que era basicamente o mesmo motor usado em aviação na primeira guerra apenas com a redução de potência de 400 hp para 340 hp. Este motor dava ao Crusader uma velocidade que chegava a 64 km/h o que o tornava o mais rápido tanque em serviço no deserto ocidental.
O batismo de fogo do Crusader ocorreu com o 6o RTR (Royal Tank Regiment) na Operação Batleaxe, no deserto ocidental, realizada na tentativa de quebrar o cerco a Tobruk em junho de 1941. Os britânicos foram derrotados perdendo 91 tanques contra 12 alemães.Vale a pena comentar sobre esta discrepância que mais Crusaders foram perdidos por problemas mecânicos do que destruídos em combate. Mas estes apresentaram uma tendência a incendiarem-se quando atingidos, inicialmente atribuído a seu motor a gasolina mas depois se verificou que o acondicionamento da munição a deixava exposta a incendiar-se.
Os tipos do Crusader mark I, II e III podem ser identificados da seguinte forma:
A identificação entre os Mark I e II não deve ser feita com base na pequena torre com a metralhadora Bersa no casco à esquerda, existem muitas variações (com e sem a torre) dentro do mesmo modelo.O Mark II é uma versão com maior blindagem do Mark I, e sua identificação muito difícil já que pouquissimas diferenças existem.
O Mark III possuia um canhão de 6 libras e a escotilha do comandante era composta por duas partes abrindo para a lateral. A frente da torre era totalmente plana.
Quando da invasão da Europa já encontrava-se obsoleto sendo relegado ao papel de trator blindado anti-aéreo entre outros.
Foto: O Crusader convertido em blindado anti-aéreo com um canhão de 40mm Bofors.
Modelo:
O modelo usado é o velho Italeri construído sem grandes modificações. Pintado em esquema sólido com a tinta Sand da Model Masters. O wheathering foi basicamente composto de um pin wash de burnt umber (óleo) e algumas marcas de escorrido.
O maior detalhamento foi a colocação de vários trens como caixas, lonas e mochilas, material usado no deserto para bivaque.
Outro ponto importante foi a adição de capacetes pendurados no exterior do tanque. Segundo Widrow os capacetes ingleses mais atrapalhavam que protegiam dentro do tanque devido a sua forma portanto era comum serem pendurados no exterior do tanque. Uma característica dos blindados ingleses no deserto (vide fotos anteriores).
Foto: O modelo já com os trens mencionados.
Referências:
Fletcher, David. Crusader and Covenanter cruiser tanks 1939-45. Oxford. Osprey. 1995.
Foss, Christopher E. The illustrated encyclopedia of world's tanks and fighting vehicles. London. Salamander books. 1977.
Gudmundson, Bruce I. On armor. London. Praeger. 2004.
Macksey, Kenneth. Blindados aliados. Rio de Janeiro. Rennes. 1976.
Macksey, Kenneth & Batchelor, John H. Tank. A history of the armoured fighting vehicle. New York. Ballantine. 1976.
Windrow, Martin. World war 2 combat uniforms and insignia. Warren. Squadron/Signal. 1977