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sábado, 27 de outubro de 2012

KV-14, o SU-152

Base Histórica:
O uso de canhões pesados pelos russos em seus tanques precede a Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra da Finlândia alguns dos primeiros tanques da série KV (Klimenti Voroshilov) foram dotados de obuseiros de 152 mm. Inicialmente designados como "torre grande" (Bolshoi Bashni), viriam a seguir a ser conhecidos como KV-2.
Apesar de provado no campo de combate o valor de sua arma e blindagem, como na destruição dos bunkers dos finlandeses ou no episódio onde apenas um KV-2 posicionado em um importantes entrocamento próximo a Rasyeinyia, impediu por dias o avanço da 6ä. Divisão Panzer nos estágios iniciais da Operação Barbarrossa, o tanque em si apresentava problemas.
Como nos outros tanques da série KV, ele era sujeito a quebras de motor e transmissão. Seu peso também dificultava sua mobilidade e a torre também era problemática, sendo difícil de girar quando o tanque se encontrava em terreno desnivelado.
O KV-2 acabou por ser considerado obsoleto e sua produção encerrada.
Porém a necessidade de armas de grande calibre permaneceu e aumentou de importância a medida que a blindagem dos tanques alemães aumentava.
Durante 1942 conduziram-se estudos para resolver os problemas crônicos da série KV, o que gerou o KV-1S, uma versão mais leve do KV-1. Neste momento nota-se tambéma tentativa de colocar uma arma mais potente nestes tanques, traduzida nos protótipos KV-12, armado com um canhão B4 modelo 1931 de 203 mm e KV-13, armado com um canhãao ML20 de 152 mm.
Porém o protótipo KV-14 foi o colocado em produção a partir de fevereiro de 1943 em Chelyabinsk (Chtz).
Desenhado pelo grupo de Joseph Kotin, tendo como base o chassi do KV-1S a arma foi colocada em uma estrutura de casamata, passando a categoria dos canhões de assalto/caça-tanuqes. Segundo Grove, Kotin desenhou e produziu o KV-14 em apenas 25 dias.

 Foto: A linha de produção do KV-14.
Fonte: The armor journal



















A munição era embarcada separada (carga e obus) e quando montada chegava a pesar 43,56 kg, dependendo dde seu tipo. Isto lhe conferia uma cadência de tiro de 2 a 3 por minuto. Seu poder de tiro era tão grande que podia abater os mais pesados tanques alemães como o Tigre,o Pantera e até mesmo so Ferdinand/Elefant. Talvez por isso ficou conhecido como zveroboy (caçador de animais).
Seu primeiro uso operacional foi na batalha de Kursk, em regimentos de 12 carros, onde destruiram 12 Tigres e 7 Panteras.
Sua produção ocorreu apenas durante 1943 com um total de 704 unidades montadas. Com o advento da série JS, muito mais confiável e protegida, foram montados os mesmos canhões de 152 mm em seus chasssis gerando os JSU-152, muito parecidos mas mais modernos.






















Diferenças externas entre o SU-152 e o JSU-152:
Quando se procuram referências fotográficas na internet sobre  o SU-152 encontram-se várias fotos marcadas como ele mas que na verdade são JSU-152.
A chave para sua identificação está nos detalhes do chassi como sua frente, deck do motor, parte superior e no cubo das rodas de tração. As rodas de apoio do KV-14 em geral são perfuradas como as KV-1S.
Sua frente é mais aguda que a do JSU, apresentando uma placa dobrada sobre o glacis. Além disso, no JSU os patins sobressalentes da lagartas são transportados presos ao glacis.
Os cubos da rodas de tração do JSU são cônicos  e no SU planos.
Em sua parte superior da estrutura em casamata, nota-se que as escotilhas do JSU apresentam duas partes e as do SU são únicas.


Foto: Um JSU-152. Esta foto ostra boa parte das diferenças. Note-se os cubos da rodas motrizes cônicos e o glacis com os patins.






 Foto: Um SU-152 (KV-14), note-se o glacis e os cubos de rodas motrizes.




 Foto: Detalhe do cubo da roda motriz dos modelos da série KV.













Modelo:
O modelo montado é o da Ark models (no. 35025), antigo da Eastern Express. É um bom modelo e retrata com razoável precisào o original. Porém apresenta um grande número de rebarbas que acabam por tomar tempo para sua retirada.
O kit vem com muitas peças não utilizadas, inclusive dois jogos de rodas, um perfurado e outro sólido. Use o perfurado (do KV-1S).
A pintura foi feita em dark green sólida. Usei neste caso uma tinta que não tenho por hábito de usar, a da Hobby Cores (hcf-13 FS 34079). Minha impressão sobre esta tinta é de que diluída com água destilada ela funciona bem no aerógrafo, mas tenho alguma dificuldade no pincel, pois forma grumos muito rápido. Sua matiz é algo entre o dark green da Tamiya e o da Model Master.

Foto: O modelo já com a primeira mão de tinta.











Fiz uma pequena modificação no veículo, pois este não incluia os olhais para tensores de cabo de reboque. Então coloquei dois vindos de um kit da Tamiya, o que melhora o detalhamento do kit.



Foto: O modelo pronto, aguardando o wheathering. Note-se o tensor de cabos de reboque na lateral, a frente dos tanques externos.












Obras consultadas:
Grove, Eric. World war II tanks. London. Orbis. 1976.
http://www.militaryfactory.com/armor/detail.asp?armor_id=85
http://www.wwiivehicles.com/ussr/self-propelled-guns/su-152.asp
Sewell, Cookie. Working with limited-run kits. Finescale modeler. mar 2004,  54-57.
Zaloga, Stephen. KV-1 & KV-2 heavy tanks 1939-45. Oxford. Osprey. 1995.


Atualizada em 02/02/2013