Páginas

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Zimmerit - O problema de todo modelista

Replicar o zimmmerit em carros alemães da 2a guerra em geral é uma dor de cabeça para o modelista. Praticamente nenhum modelo é produzido com o zimmerit. E sua falta faz com que o modelo muitas vezes não seja acurado. Esta postagem tem como objetivo lançar alguma luz sobre este antipático material e rever algumas técnicas para sua confecção.

Base histórica
Quando da invasão da URSS (Operação Barbarossa), os alemães se depararam com novas formas de combate a seus blindados. Entre outras, os russos passaram a usar minas magnéticas que eram fixadas aos cascos antes de sua detonação.

A solução adotada pelos alemães foi a aplicação de uma pasta anti-magnética em seus blindados. Coube a firma Chemische Werke Zimmer AG de Berlim o desenvolvimento do que ficou conhecido como zimmerit, uma pasta composta de sulfato de bário(40%), serragem (10%), sulfato de zinco (10%), PVA (25%) e pigmento (15%), que era aplicada de maneira a formar uma superfície rugosa sobre as placas dos blindados impedindo a fixação das minas magnéticas, conferindo um aspecto bastante característico aos blindados alemães.
O padrão de rugosidade, devido a sua aplicação, variava bastante, sendo alguns padrões bastante característicos de determinados tipos de veículos. Era aplicada em superfícies veticais, no glacis e nas torres, qualquer lugar onde pudesse ser fixada uma mina e secada com lâmpadas o que lhe conferia sua dureza. O processo de aplicação e secagem levava em torno de um dia.
Ao final da guerra sua aplicação havia sido praticamente descontinuadada devido ao desenvolvimento de armas anti-carro mais eficientes tornando-o desnecessário.















Na Foto: A camada  de zimmerit com seu aspecto rugoso claramente visível na frente e lateral da torre de um Tiger II. 
Fonte: Scheibert, Horst. The Tiger family. Schiffer, 1989.


Técnicas.
Existem várias opções para se simular o zimmerit, cada uma com suas vantagens e desvantagens que devem ser levadas em conta no momento da escolha além da habilidade do modelista.

a. Colagem de painéis
Algumas firmas produzem painéis pronto para colagem sobre o modelo, como era o caso da Italeri. É uma técnica rápida porém aumenta bastante a expessura do modelo. Também é necessário o corte dos painéis para ajustá-los a superfície. A replicação de falhas da camada não é muito acurada.

Foto: Um painel de zimmerit da Italeri. A caixa contém painéis para cobrir um Panther.















b. Gravação à quente
Consiste na marcação do plástico do modelo com um estilete quente, gravando diretamente neste o padrão do zimmerit. Novamente este método é prático porém, não é muito fácil consertar erros ou simular danos à camada.

c. Aplicação de massa
Talvez o melhor método de modelagem do zimmerit, é algo mais trabalhoso que os anteriores. Simula com perfeição tanto a camada como seus danos permitindo todo tipo de padrão de rugosidade e ainda permite a correção em caso de erro.
Pode ser usada massa para modelismo (putty), massa acrílica ou massa corrida e em seguida qualquer estilete (uma chave de fenda por exemplo) ou matriz para produzir o padrão desejado.


Obras consultadas
Beevor, Antony. Stalingrado. Rio de Janeiro: Record: 2002.
Culver, Bruce. Panzer colors. Carrollton: Squadron/signal: 1976.
Oehler, Robert. Zimmerit demystified.  Finescale Modeler. mar 2002, 22-29.
Spalding, Donald. Zimmerit. Production and application method, AFV news: jan-abr 1983.

Última atualização: 11/11/2013.

domingo, 5 de junho de 2011

Stuart M3 X M3A1 - diferenças externas

Tenho visto ultimamente alguma confusão entre estes dois modelos do Stuart.
Então aqui estão suas principais diferenças externas:
O M3A1 não possui a cúpula da torre como o M3, sendo colocada uma segunda escotilha de formato aproximadamente triangular. O re-arranjo interno da torre, também obrigou o reposicionamento das "pistol ports".
Embora as primeiras unidades tivessem cascos rebitados, ao longo de sua produção algumas seções do casco passaram a ser soldadas ao invés de rebitadas, principalmente suas laterais.
As metralhadoras do casco começaram a ser retiradas para melhorar o espaço interno.
Outra característica interessante é que o M3A1 podia levar dois tambores de combustível sobre o casco, os quais podiam ser ejetados antes que entrasse em combate. Esta foi uma modificação baseada na observação dos ingleses, primeiros a utilizar o Stuart em combate, de que o carro possuia pouca autonomia.



Foto: Um M3A1 brasileiro com o sistema de alimentação externo com tambores. Note-se o casco rebitado.
Fonte: Coleção de fotos de Ricardo Fann.












Foto: Uma linha de M3 do Brasil em 1943 - Nota-se o casco rebitado em sua lateral, as metralhadoras do casco e a cúpula do comandante do carro. Estes carros inclusive possuem um modelo antigo de torre sextavada típico dos primeiros produzidos e usados pelos ingleses no deserto (apelidados de Honey).

Fonte: Military Modelling vol 32 no.3 mar-abr 2002.







Foto: M3 no Museu Conde de Linhares, o modelo exposto possui a torre sextavada.
Fonte: Coleção do autor.










Foto: Detalhe da torre sextavada do M3 no Museu Conde de Linhares.
Fonte: Coleção do autor.




Foto: M3A1 do antigo 3o BCCL, hoje 29o BIB - ( Batalhão Cidade de Santa Maria).
Nota-se a ausência da cúpula do comandante.

Fonte: Coleção do autor.


Foto: O mesmo carro mostrando detalhes da torre arredondada.

Fonte: Coleção do autor.










Foto: Detalhe das escotilhas triangulares.

Fonte: Coleção do autor

















Foto: Detalhe do local da metralhadora do casco removida.

Fonte: Coleção do autor.









 Foto: Detalhe da lateral do casco, que mostra que o carro era de uma de suas primeiras séries de fabricação, visto ainda ter sua lateral rebitada. Nota-se também a presença de uma roda sólida, fato incomum nos M3A1.

Fonte: Coleção do autor.










MODELOS:

Foto: M3 da Tamiya.
Companhia C, 1o. Batalhão, 13o. Regimento blindado, 1a. Divisão blindada. Exército americano -Tunísia 1942














Obras consultadas

Elis, Chris. The great tanks: New York: Hamlyn, 1975.
Zaloga, S. Stuart U. S. light tank in action: Carrolton: Squadron/Signal, 1979.