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sábado, 27 de outubro de 2012

KV-14, o SU-152

Base Histórica:
O uso de canhões pesados pelos russos em seus tanques precede a Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra da Finlândia alguns dos primeiros tanques da série KV (Klimenti Voroshilov) foram dotados de obuseiros de 152 mm. Inicialmente designados como "torre grande" (Bolshoi Bashni), viriam a seguir a ser conhecidos como KV-2.
Apesar de provado no campo de combate o valor de sua arma e blindagem, como na destruição dos bunkers dos finlandeses ou no episódio onde apenas um KV-2 posicionado em um importantes entrocamento próximo a Rasyeinyia, impediu por dias o avanço da 6ä. Divisão Panzer nos estágios iniciais da Operação Barbarrossa, o tanque em si apresentava problemas.
Como nos outros tanques da série KV, ele era sujeito a quebras de motor e transmissão. Seu peso também dificultava sua mobilidade e a torre também era problemática, sendo difícil de girar quando o tanque se encontrava em terreno desnivelado.
O KV-2 acabou por ser considerado obsoleto e sua produção encerrada.
Porém a necessidade de armas de grande calibre permaneceu e aumentou de importância a medida que a blindagem dos tanques alemães aumentava.
Durante 1942 conduziram-se estudos para resolver os problemas crônicos da série KV, o que gerou o KV-1S, uma versão mais leve do KV-1. Neste momento nota-se tambéma tentativa de colocar uma arma mais potente nestes tanques, traduzida nos protótipos KV-12, armado com um canhão B4 modelo 1931 de 203 mm e KV-13, armado com um canhãao ML20 de 152 mm.
Porém o protótipo KV-14 foi o colocado em produção a partir de fevereiro de 1943 em Chelyabinsk (Chtz).
Desenhado pelo grupo de Joseph Kotin, tendo como base o chassi do KV-1S a arma foi colocada em uma estrutura de casamata, passando a categoria dos canhões de assalto/caça-tanuqes. Segundo Grove, Kotin desenhou e produziu o KV-14 em apenas 25 dias.

 Foto: A linha de produção do KV-14.
Fonte: The armor journal



















A munição era embarcada separada (carga e obus) e quando montada chegava a pesar 43,56 kg, dependendo dde seu tipo. Isto lhe conferia uma cadência de tiro de 2 a 3 por minuto. Seu poder de tiro era tão grande que podia abater os mais pesados tanques alemães como o Tigre,o Pantera e até mesmo so Ferdinand/Elefant. Talvez por isso ficou conhecido como zveroboy (caçador de animais).
Seu primeiro uso operacional foi na batalha de Kursk, em regimentos de 12 carros, onde destruiram 12 Tigres e 7 Panteras.
Sua produção ocorreu apenas durante 1943 com um total de 704 unidades montadas. Com o advento da série JS, muito mais confiável e protegida, foram montados os mesmos canhões de 152 mm em seus chasssis gerando os JSU-152, muito parecidos mas mais modernos.






















Diferenças externas entre o SU-152 e o JSU-152:
Quando se procuram referências fotográficas na internet sobre  o SU-152 encontram-se várias fotos marcadas como ele mas que na verdade são JSU-152.
A chave para sua identificação está nos detalhes do chassi como sua frente, deck do motor, parte superior e no cubo das rodas de tração. As rodas de apoio do KV-14 em geral são perfuradas como as KV-1S.
Sua frente é mais aguda que a do JSU, apresentando uma placa dobrada sobre o glacis. Além disso, no JSU os patins sobressalentes da lagartas são transportados presos ao glacis.
Os cubos da rodas de tração do JSU são cônicos  e no SU planos.
Em sua parte superior da estrutura em casamata, nota-se que as escotilhas do JSU apresentam duas partes e as do SU são únicas.


Foto: Um JSU-152. Esta foto ostra boa parte das diferenças. Note-se os cubos da rodas motrizes cônicos e o glacis com os patins.






 Foto: Um SU-152 (KV-14), note-se o glacis e os cubos de rodas motrizes.




 Foto: Detalhe do cubo da roda motriz dos modelos da série KV.













Modelo:
O modelo montado é o da Ark models (no. 35025), antigo da Eastern Express. É um bom modelo e retrata com razoável precisào o original. Porém apresenta um grande número de rebarbas que acabam por tomar tempo para sua retirada.
O kit vem com muitas peças não utilizadas, inclusive dois jogos de rodas, um perfurado e outro sólido. Use o perfurado (do KV-1S).
A pintura foi feita em dark green sólida. Usei neste caso uma tinta que não tenho por hábito de usar, a da Hobby Cores (hcf-13 FS 34079). Minha impressão sobre esta tinta é de que diluída com água destilada ela funciona bem no aerógrafo, mas tenho alguma dificuldade no pincel, pois forma grumos muito rápido. Sua matiz é algo entre o dark green da Tamiya e o da Model Master.

Foto: O modelo já com a primeira mão de tinta.











Fiz uma pequena modificação no veículo, pois este não incluia os olhais para tensores de cabo de reboque. Então coloquei dois vindos de um kit da Tamiya, o que melhora o detalhamento do kit.



Foto: O modelo pronto, aguardando o wheathering. Note-se o tensor de cabos de reboque na lateral, a frente dos tanques externos.












Obras consultadas:
Grove, Eric. World war II tanks. London. Orbis. 1976.
http://www.militaryfactory.com/armor/detail.asp?armor_id=85
http://www.wwiivehicles.com/ussr/self-propelled-guns/su-152.asp
Sewell, Cookie. Working with limited-run kits. Finescale modeler. mar 2004,  54-57.
Zaloga, Stephen. KV-1 & KV-2 heavy tanks 1939-45. Oxford. Osprey. 1995.


Atualizada em 02/02/2013

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Exposição e concurso

Prezados usuários que acessam este blog.
Venho hoje divulgar a exposição de modelos que faz parte das comemorações do 16o. aniversário do Centro de Instrução de Blindados do Exército Brasileiro (CIBld).
Em breve o Comandante do Centro estará lançando um Edital para um concurso de modelos de blindados brasileiros em várias categorias.
A exposição ocorrerá no Royal Plaza Shopping em Santa Maria - RS a partir do dia 23 de setembro.
Maiores informações site do CIBld:  www.cibld.ensino.eb.br


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Steyr RSO com PAK 40.


Introdução:
Este modelo foi objeto de reportagem há pouco tempo no Jornal Diário de Santa Maria, porém por algum equivoco sua foto saiu trocada.

 Base histórica:
As batalhas da frente russa (oriental) da Segunda Guerra Mundial se caracterizaram por um imenso uso e consumo de blindados, como já citei em outras postagens. Os russos combatendo em seu território, com uma grande capacidade de produção, intocada pelos alemães e podendo ser supridos por seus aliados. Os alemães longe de seus centros de recuperação, cada vez com maiores dificuldades de produção ao longo da guerra e sem fornecedores externos de blindados, excetuando-se as fábricas capturadas.
Outro fator característico deste teatro de operações era seu clima. O inverno com neve e gelo e a lama gerada após o degelo prejudicava o movimento.
Nestas condições climáticas os veículos sobre rodas tinham clara desvantagem em relação aos sobre lagarta. Os russos chegaram a colocar alguns de  seus canhões em reparos sobre lagartas.
Os alemães adotaram como veículo de transporte e reboque um trator sobre lagartas desenvolvido pela Steyr que foi chamado RSO (raupenschlepper ost) que teve bom desempenho nestas funções.















A mesma dificuldade de mobilidade afetou os canhões anti-tanque alemães, que passaram a ser montados em chassis blindados originando os caça-tanques como o STUG III, o Panzerjäger IV, o Hetzer e outros, conferindo-lhes a mobilidade desejad e a proteção blindada.
Em dado momento a escassez de material e sua demanda, levaram a adaptação de outros veículos para executar esta função.  No caso o Steyr RSO foi dotado do excelente PAK 40 de 75 mm, um canhào que manteve sua efetividade até o fim da guerra.
Carruthers cita que o canhão teve sua câmara aumentada de forma a receber um cartucho maior e mais poderoso. Isto foi feito sem alterar o canhão, diminuindo assim a margem de segurança de seu tubo.
A cabine do RSO original foi rebaixada para permitir o giro do canhão, fazendo com que a tripulaç!ao ficasse exposta quando em movimento. Existem algumas referências fotográficas que mostram a colocação de uma lona sobre armação protegendo o canhão das intempéries, semelhante a que aparece na foto acima.
Um lote inicial de 60 unidades foi produzido para testes e distribuídos. A previsão era que equipariam unidades anti-tanque de infantaria, porém, todo o lote foi distribuído para a 18a. Panzergrenadier Division. (743 e 744 Panzer Jager Abteillungen).
O RSO com PAK 40 era de fácil produção, eficiente e de boa mobilidade. Tinha como desvantagem a pouca proteção, quando comparado a outros caça-tanques.
Sua produção não foi continuada após o primeiro lote apesar da aceitação.




























Modelo:
O modelo usado é o da Italeri, construído sem grandes alterações. Optei por deixar uma de suas placas laterias da carroceria aberta para dar melhor visão do compartimento do canhão e possibilitar a colocação de alguns trens como lonas e estojos vazios. Em conjunto com o canhão girado isto deu a impressão de uso recente.
A pintura foi realizada com o dark yellow da Tamiya (XF-61) de forma sólida (só encontrei uma referência fotográfica que mostre o uso de camuflagem). O wheathering foi feito com pin-washes de raw umber (óleo) e dry-brushes de tinta esmalte Steel, simulando a exposição do metal.


Foto: A montagem básica do modelo.














Foto: O modelo com alguns trens colocados.















Obras consultadas:

Carruthers, Bob.  German tank hunters. The panzerjäger. London. CODA. 2012.
Gudmundson, Bruce I. On armor. London. Praeger. 2004 
http://ricklawler.plastic-garden.com/?p=1885

Atualizado em 26/11/2013

sábado, 7 de julho de 2012

M-13/75 semovente

Introdução:
Os blindados italianos pouco fizeram na segunda guerra. A grande maioria era considerada obsoleta e com blindagem insuficiente para o campo de batalha.
Até pouco tempo atrás poucos modelos existiam no mercado restritos ao M13/40 e ao M13/75 Semovente. Hoje vários outros modelos encontram-se disponíveis, levando-se em conta que numerosos tipos foram produzidos antes e durante a guerra. É um bom filão para o modelista interessado neste conflito, com muitas possibilidades de variação.

Base histórica:
Em  1940 os italianos passaram a produzir um tanque chamado de M13/40. O tanque em si representava um razoável avanço em relação aos modelos anteriores mas apesar de seu canhão de 47 mm ser considerado pelo Marechal Rommel melhor que o de 50 mm do Pzkpfw III (Grove), ainda padecia dos mesmos problemas de outros blindados italianos. Sua blindagem ainda era fina e o aço tendia a se quebrar quando atingido, devido a seu processo de fabricação.
Devido a esta questão da proteção é muito comum encontrar fotos destes blindados com sacos de areia e patins de lagarta reforçando a blindagem, o que lhes aumentava o peso e diminuía o rendimento.

O bom desempenho dos canhões de assalto Stug III alemães na batalha da França e no deserto ocidental não passou despercebido aos italianos Em 1941 o coronel de artlharia Sérgio Berlese sugeriu que se produzisse um veículo semelhante capaz de montar o obuseiro de 75 mm modelo 34 de 18 calibres que havia sido desenhado por ele mesmo.
Inicialmente foi usado para este fim o casco do M13/40 sendo retirada sua torre e montado o canhão em um mantelete em forma de bola. O primeiro protótipo foi entregue em 10 de fevereiro de 1941 apenas 12 meses após o primeiro M13/40.


Foto: Um Semovente M13/75 italiano no deserto. Note-se os sacos de areia e patins aplicados a seu casco.














Apesar de sofrer dos mesmos problemas de proteção do M13/40 o carro foi relativamente bem sucedido devido a seu canhão que podia inclusive destruir os tanques ingleses e americanos, transformando-se também num razoável caça-tanques.
Posteriormente o chassis do M14/41 também foi usado na fabricação de canhões de assalto (120 no primeiro lote). E aos poucos esta foi sendo aumentada usando outros chassis de tanques médios e canhões de maior calibre.
Foi utilizado no deserto ocidental e na campanha da Itália, inclusive pelos alemães.

Modelo:
O modelo utilizado é o produzido pela Italeri, que apesar de antigo é um kit muito bom, posuindo interior e um bom nível de detalhes.
Foi pintado com o desert yellow da Tamiya (XF-59) em sua versão italiana e adicionados vários trens para melhorar a fidedignidade como sacos de areia, lonas patins de lagarta e jerricans.
Os sacos de areia são reais feitos conforme a técnica descrita por Bob Colignon em seu artigo citado nas referências.

Foto: O modelo pintado com alguns dos trens previstos já colocados.















Obras consultadas:
Colignon, Bob. One special Sherman. Finescale modeler. mar 2002. 38-43.
Foss, Christopher E. The illustrated encyclopedia of world's tanks and fighting vehicles. London. Salamander books.  1977.
Grove, Eric. Wolrd war II tanks. London. Orbis. 1976.

domingo, 6 de maio de 2012

O AMX-13 na IDF

Base histórica:

Os AMX-13 foram os primeiros tanques modernos (pós-segunda guerra) recebidos pelos israelenses e passaram a integrar a IDF (Israel Defense Force) desde a década de 50. Segundo Hammel a IDF tinha 100 Amx-13 em 1955, quando da expansão do exército egípcio.
O AMX-13 foi produzido pela França na década de 50. Era um tanque leve com uma tripulação de 3 homens, acionado por motor à gasolina (SOFAM 8 cilindros de 250 hp)e possuia um canhão de 75 mm de alta pressão com carregador automático (o primeiro tanque a ser equipado com um). Sua principal característica era a torre oscilante, que alterava sua inclinação como um todo e não apenas do canhão.
Algumas versões receberam uma armação com trilhos para disparar mísseis anti-tanque SS-11 (quatro no total).















A guerra dos seis dias em 1967 foi a última em que Israel utilizou o AMX-13 em grandes números pois embora os tanquistas israelenses gostassem do carro devido a sua agilidade e velocidade, este não era páreo para os modelos mais modernos usados pelos árabes. Hammel cita que o canhão do AMX só penetrava a blindagem frontal do T 55 a 50 metros de distância.
















As empresas de defesa israelenses planejaram e implementaram algumas melhorias no tanque como a troca do motor por um acionado à diesel, novo sistema de tiro (o Lancelot da Elbit) e a troca do canhão por um mais potente de 90mm. Porém o carro continuava sendo um tanque leve com blindagem fina para os padrões do momento.


Modelo:
O modelo utilizado é o fabricado pela Heller. Conta com o trilho de lançamento dos SS 11 e peças para a versão mais moderna do AMX. Como o objetivo era construir um tanque usado na Guerra dos Seis Dias em 1967, algumas modificações foram realizadas.
Foi optado pela não utilização dos trilhos de lançamento dos mísseis e a placa de blindagem anterior (peça no. 21).
Os israelenses muitas vezes colocaram metralhadoras Browning M1919 .30 em um suporte fixado à torre.













Foto: O modelo após sua montagem básica.















Para a modificação da metralhadora, foram usados uma base construída em plástico (scratchbuild) o suporte de uma metralhadora da Tamiya e uma Browning da Academy, com sua caixa de munição.


















Também foi colocada uma caixa à direita da torre e outra pequena à esquerda, conforme encontrado em várias fotos da época.. Outro detalhe foi a colocação do suporte onde são encaixados os patins de lagarta reserva na frente do tanque.

 Foto: Note-se a caixa à direita da torre e a metralhadora Browning.













Foto: vista esquerda onde nota-se a pequena caixa presa a torre. Vê-se ainda a metralhadora e seu suporte preso acima do canhão.













Foto: Detalhe do suporte para os patins de lagarta adicionado.
















Alguns trens de minha fabricação foram colocados no cesto traseiro.
A pintura do tanque foi feita com o neutral gray da Tamiya (XF-53 ). Para mim esta cor é a que mais se aproxima da matiz do sand-gray israelense usada na época.

Obras consultadas:

Foss, Christopher E. The illustrated encyclopedia of world's tanks and fighting vehicles. London. Salamander books.  1977.
Hammel, Eric. Six days in june.Pacifica. Pacifica military history. 1992.
Zaloga, Steven. Israeli tanks and combat vehicles. London. Arms and armour press. 1983.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Hetzer

O Hetzer foi um dos últimos desenvolvimentos alemães na classe dos canhões de assalto/caça tanques durante a segunda guerra mundial. Após o fim da guerra continuou sendo utilizado pela Tcheco-Eslováquia e pela Suíça.
Existe alguma controvérsia a respeito de seu nome, Hetzer, (que pode ser traduzido como "tocaieiro") ser oficial ou não. Encontram-se também referências quanto ao "apelido" de Pato de Guderian (Guderian's duck), como citado por Gudmundsson.

Base histórica:
O uso de canhões de assalto na função de destruidores de tanques (caça-tanques), pelos alemães, foi bastante bem sucedido. A medida que estes passavam da ofensiva para a defensiva, este tipo de arma era cada vez mais requisitada.
Quase todos os chassis produzidos ou usados pelos alemães foram montados com versões caça-tanques, fechadas ou não. É o caso dos Marders, montados sobre o chassi francês (Marder I), do Pzkpfw II (Marder II) e do Pzkpfw 38t (Marder III) e também do Nashorn, montado no chassi do Pzkpfw IV. Todos abertos em sua parte superior.
O uso do chassi do Pzkpfw III produziu o Stug III, que após dotado de um canhão capaz de dar combate á tanques, provou ser uma arma extremamente eficiente.
Uma boa quantidade dos chassis do Pzkpfw III foram desviadas para a produção dos Stug III, antes mesmo que o tanque tivesse sua produção encerrada. O Stug III era totalmente fechado o que lhe conferia melhor proteção à tripulação e um perfil mais baixo.
A medida que a demanda por estes veículos ia aumentando, começou a se usar o chassi do Pzkpfw IV para a produção de caça-tanques, bem como os do Panther e do Tiger.
Neste momento o Gen. Heinz Guderian era contrário ao desvio dos chassis dos tanques Pzkpfw IV para a produção de canhões de assalto/caça-tanques. Porém, devido a grande necessidade de blindados no campo de batalha para o fim específico de dar combate aos blindados inimigos e ao sucesso do Stug III, passou a advogar a criação de um caça-tanques sobre o chassi do Pzkpfw 38t, chassi este, extremamente confiável e testado. Guderian em seu livro Panzer Leader comenta que a decisão de tornar a produção total da linha de montagem do Pzkpfw 38t em caça tanques ocorreu em 7 de dezembro de 1943, os quais teriam uma blindagem bem inclinada.
O projeto teve inspiração no Maresal romeno. sobre o chassi foi montado um compartimento totalmente fechado com um canhão de 75 mm PAK 39 L/48 sem seu freio de boca, desviado da linha média para a direita. Possuia também uma metralhadora MG34 controlada de dentro do carro, montada em seu teto.

Foto: O Hetzer do Patton Museum.













As modificações adicionaram em torno de 5 toneladas ao peso original do Pzkpfw 38t. Isto sobrecarregou sua suspensão, sendo feitas modificações como a colocação de rodas maiores e lagartas mais largas.
Outros problemas em seu desenho eram a pouca deriva horizontal de seu canhão, 11 graus para a direita e 8 para a esquerda (lembrar que o canhão era à direita da linha média do tanque e seu chassi estreito) e a blindagem fina em suas laterais.
Foi produzido em uma razoável quantidade, principalmente nas fábricas BMM e Skoda,  servindo em todas as frentes com as tropas alemãs. Devido a seu pequeno tamanho e armamento poderoso foram bastante eficientes na luta contra outros blindados.

Foto: Um Hetzer da 2a Div. Panzer SS Das Reich.













Foto: Um Hetzer no campo de batalha, não podendo ser identificada a unidade.















Apenas a título de comparação a abordagem dos aliados ocidentais foi um pouco diferente da dos alemães. Também usaram os chassis de tanques existentes mas montaram canhões em torres abertas para que se mantivesse a capacidade de deriva horizontal. Exemplos destes são o M10, o M36, o M18 e o Achilles. Já os russos também usaram chassis sem torre como o SU76, SU85 e o JSU122.
A abordagem russa e alemã pode ser explicada pela enorme demanda de blindados na frente oriental, portanto o caça-tanques sem torre, mais simples e rápido de se produzir era uma opção.

Foto: Um Hetzer Suíço, com um detalhe pouco usual, a presença de um freio de boca.













Modelo:
O modelo que possuo é o fabricado pela Italeri, um modelo muito antigo, sem grandes diferenciais. O da Dragon é bem mais detalhado.
Alguns trens foram adicionados para aumentar sua verossimilhança, como lonas, uma roda sobressalente (como na foto do Patton Museum).
O modelo nào traz nem o macaco nem o periscópio de mira do canhão, sendo utilizado um macaco de um set de detalhamento da Italeri e o periscópio produzido por scratchbuild.


 Foto; O periscópio do aparelho de pontaria do canhão, produzido com plástico e metal.








As lagartas precisam ser pintadas pois são prateadas.
O esquema de pintura dos Hetzers é bastante variado, dependendo de sua fabricação e usuário (como por exemplo a Suíça).
A pintura escolhida foi o esquema de emboscada, composto de dark yellow, red brown e olive green, todos da Tamiya.

 Foto: O modelo completo pronto para receber os trens e o wheathering.














O wheathering aplicado no modelo consite de um wash de Deck Tan da Tamiya (XF-55), para lhe conferir uma aparência empoeirada. Um pin-wash com tinta à óleo raw umber (sombra natural) aplicado nos rebites e outras saliências do modelo. E manchas escorridas (rain marks) em tinta à óleo raw umber, burnt umber e laranja.

Foto: O modelo com o wheathering aplicado. Note-se a aparência empoeirada, com marcas de escorrido e o pin wash nos rebites e saliências.












Foto: Um close do modelo com os detalhes do wheathering.














Obras consultadas:
Edmundsson, Gary. Modelling the jagdpanzer 38 (t) "Hetzer".  Oxford. Osprey. 2004.
Grove, Eric. World war II tanks. London. Orbis. 1976.
Guderian, Heinz. Panzer leader. New York. Ballantine. 1967.
Gudmundson, Bruce I. On armor. London. Praeger. 2004.
www.wikipedia.org/wiki/Hetzer

Atualizado em 04/08/2014

sexta-feira, 2 de março de 2012

Jagdpanzer IV L/70 (V)

"A mais básica regra para um modelista criar um grande
 modelo é investir na pesquisa e no detalhamento."

Base histórica:
O desenvolvimento dos últimos Pzkpfw IV na 2a guerra está muito ligado a tentativa de Hitler de transformar a linha de produção dos tanques em uma linha de canhões de assalto/caça-tanques. Esta tentativa tinha como opositor Heinz Guderian que achava que os chassis do Pzkpfw IV deviam ser reservados a produção de tanques. Mas o próprio Guderian via a necessidade do caça-tanques como arma básica no combate a estes veículos para as Divisões de infantaria e batalhões de combate à tanques.
Desta anteposição, mas com o aval do próprio Guderian resultaram quatro tipos de caça-tanques baseados no chassi do Pzkpfw IV.
São eles:
- Sturmgeschutz IV
- Jagdpanzer IV L/48
- Jagdpanzer IV L/70 (V)
- Jagdpanzer IV L/70 (A)
Os Jagdpanzer IV eram considerados muito mais perigosos que os Stug III anteriormente utilizados (English).  Sua produção começou em janeiro de 1944.

O Jagdpanzer IV L/48 era um blindado montado sobre o chassi do Pzkpfw IV com uma modificação em sua frente composta por duas placas com um ângulo de 30 graus entre elas o que lhe conferia um glacis bastante inclinado. Apresentava uma estrutura em forma de casamata que alojava o canhão Pak 39 L/48 de 75 mm.



Foto: Um Jagdpanzer IV L/48 da 116a Div. Panzer. Seu símbolo (um greyhound) é visto à esquerda do blindado sobre a marca tática de um batalhão anti-tanque.














O Jagdpanzer IV L/70 (V) é o desenvolvimento do Jagdpanzer IV L/48, sua principal diferença é o canhão mais longo Pak 42 L/70 (70 calibres), o mesmo canhão do Panther, sem o freio de boca. Suas versões finais contavam com tubos de escapamento verticais (2),  e apenas 3 rodas de retorno ao invés de 4, totalmente de aço.
As duas rodas dianteiras  apresentavam rimas de aço ao invés de borracha (Isto deve-se ao aumento de peso da frente do veículo, o que danificava a rima de borracha). O peso também lhe dificultava a manobra.
Inicialmente fabricado com a aplicação de zimmerit, este material foi abandonado em setembro de 1944.
O "V" em seu nome refere-se a seu fabricante, a firma Vomag.

Foto: O Jagdpanzer IV L/70 (V), mostrando as características do arranjo de rodas descrito. Rodas de apoio com rima de aço e 3 rodas de retorno.









Modelo:
O modelo é o produzido pela Italeri, como outros ele traz a opção de montagem do L/48 ou do L/70. Possui peças variadas o suficiente para produzir várias versões destes carros. Algumas peças inadequadas visto terem sido produzidas em árvores aproveitadas para vários carros.
As rodas de retorno podem ser montadas em número de 3 ou 4, conforme a versão, porém são de um modelo antigo, com rima de borracha e não de aço. A solução foi sua substituição por rodas da tamiya vindas de um Stug IV.  Como minha opção foi da versão mais tardia, 3 rodas de aço.


 Foto: A comparação entre as rodas de retorno da Tamiya (esq) e Italeri (dir). As da taamiya são do padrão tardio com rima de aço.












O escapamento utilizado foi o duplo com dois canos verticais.


As duas primeiras rodas de apoio são com rima de aço, conforme a descrição do blindado real. Utilizei rodas de um PzkpfwIV da Dragon na parte interna das rodas dianteiras, pois são melhor detalhadas que as da Italei, já as externas são as da própria Italeri.


Foto: A comparação entre as rodas de apoio (externas e internas) da Italeri (esq) e Dragon (dir). Notem que a Italeri fornece uma roda interna com rima de borracha.












Foto: detalhe da suspensão modificada com as rodas descritas.













O suporte traseiro para patins de lagarta sobressalentes suprido pela Italeri não parece ser adequado, visto que não acompanha toda a traseira do veículo. foi necessário a produção de um novo com plástico e metal.



Foto: Detalhe do suporte das lagartas produzido em plástico e metal. O modelo da Italeri não traz esta peça, sendo necessário a sua produção (scratchbuild).













Obras consultadas:
Englih, John A. Surrender invites death. Mechanicsburg. Stackpole. 2011.
Grove, Eric. World war II tanks. London. Orbis. 1976.
Guderian, Heinz. Panzer leader. New York. Ballantine. 1967.
www..wikipedia.org/wiki/Jagdpanzer_IV

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mk IV "tadpole"

Base histórica:

A introdução dos carros de combate nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial trouxe modificações a forma de se fazer a guerra, o movimento voltou à frente de batalha que no momento era dominada por uma série de trincheiras fazendo com que as posições ficassem estáticas. Os blindados permitiam  que se vencesse obstáculos e proporcionavam proteção conta as armas do inimigo.Os carros de combate romboidais ingleses, podiam cruzar trincheiras de 8 a 10 pés.
Toda nova arma gera uma contra-medida, portanto houve o aumento progressivo das trincheiras o que obrigou a melhora da capacidade de sua transposição em 1917. Uma das soluções propostas foi o "Tadpole tail".
A idéia era simples, alongar os chifres traseiros, em cerca de 9 pés, dos carros existentes, permitindo que cruzassem trincheiras mais largas.
As seções dos chifres traseiros foram fabricadas na William Foster & co. e mandadas para a França em forma de kits para a montagem em oficinas de campo. Apesar de efetiva a cauda não tinha rigidez o suficiente, principalmente em terreno acidentado, e foi abndonada.
A William Foster & co. ltd. era uma firma especializada em tratores agrícolas sobre lagartas. Tinha como principal executivo Sir William Tritton, ao qual se deve a idéia do "tadpole tail". Esta foi uma das primeiras firmas a produzir tanques na Inglaterra.


Foto: O Mk IV "Tadpole".
Fonte: www.tankzone.uk












No verão de 1918 foram feitos testes com este veículo, transportando um morteiro de 6 polegadas Newton & Stokes em uma plataforma entre os chifres traseiros, como forma de dar apoio de fogo.


Foto: O Mk IV "Tadpole" com o morteiro na plataforma traseira.
Fonte: www.tankzone.uk










Modelo:

O modelo disponível no mercado é o da Emhar cod. EM 4004. representa o carro (versão male) equipado com o morteiro.
Obs: A  versào armada com canhões 75 mm e metralhadoras nos embonos é chamada de male. A armada apenas com metralhadoras, female.
é um kit de fácil montagem que representa bem o original sem necessitar grandes alterações. Fica a dica de usar uma fonte de calor (um secador de cabelos, por exemplo) para ajudar a dar a forma as lagartas que são razoavelmente rígidas. O uso de super bonder flex-gel para fixá-las ao casco também é de bom alvitre.
Outro detalhe da construção foi o reforço dos escudos dos canhões com super bonder já que as placas laterais dos escudos não apresentam pinos de encaixe, formando superfícies propensas a quebra.


 Foto: O casco do Tadpole, mostrando a montagem das esteiras, antes de seu fechamento, opção que facilitou sua colagem.
















 Foto: O modelo pronto para a primeira mão de tinta.
Note-se os embonos com os canhões em suas laterais.














Tendo em vista que o "Tadpole" não entrou em operações pouca coisa pode se fazer em modificações que o tornem mais verossímil ou específico. O maior trabalho que pode ser feito é o da pintura e weathering.
A cor em si já é um problema. A Emhar indica o gunship gray como cor básica (FS 16118) , conforme os estudiosos do Tank Museum em Bovington, mas ninguém sabe ao certo qual era a cor dos carros de combate ingleses. A maior parte dos modelos varia entre gunship gray, khaki brown e verde (semelhante ao olive drab).
Obs: Esta proposta de cor segundo  a classificação de cores Federal Standard 595 (FS) é brilhante como indica o primeiro número do código.
É certo que os carros romboidais rapidamente se cobriam de lama devido as condições dos campos de batalha, por isso um pesado weathering é bem vindo..
Foi usada na pintura a tinta gunship gray da Model Masters (FS 36118), fosca.

Foto: O Tadpole após a primeira mão de tinta.















Obras consultadas:
Ellis, Chris. The great tanks. London. Hamlyn. 1975.